24.10.09

Álvaro Cunhal




Álvaro Barreirinhas Cunhal


Álvaro Barreirinhas Cunhal (Coimbra, 10 de Novembro de 1913Lisboa, 13 de Junho de 2005) foi um político e escritor português, conhecido por ser um dos mais importantes resistentes ao Estado Novo, e ter dedicado a vida ao seu ideal comunista.
Álvaro Cunhal nasceu em Coimbra (na freguesia da Sé Nova), filho de Avelino Henriques da Costa Cunhal, advogado, liberal e republicano, natural de Seia, e de Mercedes Simões Ferreira Barreirinhas Cunhal, católica fervorosa. A sua infância decorreu em Seia. O pai retirou-o da escola primária porque não queria que o filho «aprendesse com uma professora primária autoritária e a menina-de-cinco-olhos» . Com 11 anos, Cunhal mudou-se com a família para Lisboa, onde fez os seus estudos secundários, no Liceu Camões tendo seguidamente ingressado na Faculdade de Direito da
Em 1936, após uma visita à URSS, é cooptado para o Comité Central do Partido Comunista.
Ao longo da década de 30, Cunhal foi colaborador de vários jornais e revistas como a Seara Nova e o O Diabo, e nas publicações clandestinas do PCP, o Avante e O Militante , onde escreveu artigos de intervenção política e ideológica.
Em 1940, Cunhal é escoltado pela polícia à Faculdade de Direito, onde apresenta a sua tese de licenciatura em Direito, sobre a temática do aborto e a sua despenalização, tema pouco vulgar para a época em questão. A sua tese, apesar do contexto político pouco favorável, foi classificada com 16 valores (num máximo de 20 possíveis).
Devido aos seus ideais comunistas e à sua assumida e militante oposição ao Estado Novo, esteve preso em 1937, 1940 e 1949-1960, num total de 13 anos, 8 dos quais em completo isolamento. A 3 de Janeiro de 1960, Cunhal, juntamente com outros camaradas, todos quadros destacados do PCP, protagonizaram a célebre "fuga de Peniche", possível graças a um planeamento muito rigoroso e a uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.
Ocupou o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português, sucedendo a Bento Gonçalves, entre 1961 e 1992, tendo sido substituído por Carlos Carvalhas.
Em 1968 Álvaro Cunhal presidiu à Conferência dos Partidos Comunistas da Europa Ocidental, o que é revelador da influência que já nessa altura detinha no movimento comunista internacional. Neste encontro, mostrou-se um dos mais firmes apoiantes da invasão da então Checoslováquia pelos tanques do Pacto de Varsóvia, ocorrida nesse mesmo ano.
Regressou a Portugal cinco dias depois do 25 de Abril de 1974.
Foi ministro sem pasta no I, II, III e IV governos provisórios e também deputado à Assembleia da República entre 1975 e 1992.
Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado, abandonando estas funções dez anos depois, quando saiu da liderança do PCP.
Além das suas funções na direcção partidária, foi romancista e pintor, escrevendo sob o pseudónimo de Manuel Tiago, o que só revelou em 1995.
Nos últimos anos da sua vida sofreu de glaucoma, acabando por cegar.
Faleceu em 13 de Junho de 2005, em Lisboa, e no seu funeral (a 15 de Junho), participaram mais de 250.000 pessoas.


Álvaro Barreirinhas Cunhal
Born in Coimbra, 10 November 1913 — dead in Lisbon, 13 June 2005, was a Portuguese politician. He served as secretary-general of the Portuguese Communist Party (PCP) from 1961 to 1992. He was one of the most pro-Soviet of all western Europe communist leaders, often supporting USSR world policies, including the intervention in Czechoslovakia in 1968. He also initially supported the failed coup of August 1991 in Soviet Union. He remained a steadfast supporter of most, if not all Marxist-Leninist nations during his life and in one of his last texts, in 2002, restated his support for these nations.
Cunhal was born in Coimbra, the third child of Avelino Henriques da Costa Cunhal and Mercedes Simões Ferreira Barreirinhas. His father was a lawyer in Coimbra and Seia, and later on in Lisbon, and came from a family of rural bourgeoisie, related to a rich and more aristocratic family, the Cunhal Patrício. His mother was a devout Catholic who whished her son had also become one. He also studied Law at the University of Lisbon, where he joined the PCP, then an illegal organization, in 1931. The deaths of his younger sister Maria Mansueta Barrerinhas Cunhal (CoimbraSeia, January 13, 1921) and of his older brother António José Barreirinhas Cunhal (Coimbra, 1910 – Lisbon, 1932) struck the grief of both his parents and brothers, but specially of his mother and Álvaro, of whom they had always been close. He visited the Soviet Union for the first time in 1935 to attend the Seventh World Congress of the Comintern in Moscow. He joined the Central Committee of the PCP in 1936 at the age of 24. His first arrest occurred in 1937.
While in jail, Cunhal submitted his final thesis on the topic of abortion and obtained his law degree (the jury included the future prime minister Marcello Caetano). In the thesis, he also supported the illegality of abortion in USSR, claiming it wasn't practised anymore there. He then taught for some months at the Colégio Moderno, in Lisbon. Among his pupils was the future President of Portugal, Mário Soares, who would be one of his great political rivals after the revolution of 1974.
From 1941 to 1949 Cunhal was underground and became the de facto leader of the PCP. Arrested in 1949, he remained in jail until he made a spectacular escape from the Peniche prison in 1960. This escape had a wide impact. The government of António Salazar claimed that a Soviet submarine was near the Peniche coast waiting for Cunhal. In 1961, he was elected secretary-general of the PCP, following the death of Bento Gonçalves in the political prisoners colony of Tarrafal in Cape Verde. Cunhal lived in exile in Moscow until the Carnation Revolution of April 1974.
Back in Portugal, Cunhal took charge of the newly legalised PCP and led the party through the political upheavals which followed the revolution. He was minister without portfolio in several of the provisional governments which followed the revolution. A faction of army officers seen as aligned with the PCP dominated the post-revolutionary provisional governments, with pro-communist prime-minister Vasco Gonçalves, leading four provisional governments, leading to accusations that the PCP was attempting to take power via the military. Cunhal, was largely responsible for the PCP's hardline attitude, particularly its hostility towards the Portuguese Socialist Party led by Soares, which prevented the formation of a united left.
Cunhal left his office in 1992, being succeeded by Carlos Carvalhas. Nevertheless, his voice remained important in the following years, and he consistently sided with the most orthodox wing of the PCP. He also revealed that under the pseudonym Manuel Tiago he had been the author of several neo-realistic novels. His drawings, made while in prison, were published, revealing his sensibility for the arts, as was also shown by his translation of King Lear by Shakespeare (edited in his last years, and originally written under the female pseudonym Maria Manuela Serpa).Álvaro Cunhal died in Lisbon in 2005, after several years away from public eye. His funeral, on June 15, took place in Lisbon and was attended by about 250,000 people.
Álvaro Barreirinhas Cunhal
Portugalijos politikas, gimė 1913 Koimbroje, mirė 2005 Lisabonoje. Buvo Portugalijos komunistų partijos generaliniu sekretoriumi nuo 1961 iki 1992. Buvo vienas iš labiausiai Sovietų Sąjungos atžvilgiu palankiai nusiteikusių vakarų Europos komunistų partijų lyderių, rėmęs SSRS politiką – net intervenciją į Čekoslovakiją 1968. Rėmė ir pučą 1991 m. SSRS. Iki pat mirties liko ištikimas komunizmo idėjoms.
Cunhalis buvo trečias vaikas šeimoje. Jo tėvas buvo Koimbros, Seios, o vėliau ir Lisabonos teisininkas, kilęs iš buržuazijos sluoksnio, susijusio su aristokratais. Jo motina buvo atsidavusi katalikė, bandžiusi kataliku paversti ir sūnų. A.Cunhalis taip pat kaip ir tėvas studijavo teisę, o 1931 prisijungė prie nelegalios PCP organizacijos. Sesers ir brolio mirtys labai sukrėtė ir jį, ir tėvus.
1935 m. Cunhalis pirmą kartą apsilankė SSRS ir dalyvavo septintajame Kominterne (Maskvoje). Būdamas 24 metų amžiaus jis jau tapo Portugalijos komunistų partijos centrinio komiteto nariu. 1937 m. suimtas. Kalėdamas mokėsi, ir gavo teisininko diplomą. Kelis mėnesius dėstė Colegio Moderno (Lisabonoje) . Tarp jo mokinių buvo ir būsimasis Portugalijos prezidentas Mario Soares, po 1974 m. revoliucijos labai palaikęs Cunhalį.
Nuo 1941 iki 1949 veikdamas pogrindyje Cunhalis tapo faktiniu PCP lyderiu. 1949 suimtas – kalėjo iki 1960, kai įspūdingai pabėgo iš Peniche kalėjimo. Tas pabėgimas turėjo didelės įtakos tolesniems įvykiams. Antonio Salazaro vyriausybė tvirtino, kad prie Peniche krantų Cunhalio laukė sovietų povandeninis laivas. 1961 m. Cunhalis išrinktas generaliniu PCP sekretoriumi. Cunhalis gyveno išeivijoje – Maskvoje – iki revoliucijos 1974 m.
Grįžęs į Portugaliją Cunhalis leido partijoje vykti neramumams, kurie vėliau peraugo į revoliuciją. Viskas baigėsi suvienytų kairiosios pakraipos politinių jėgų laimėjimu.
Curnhalis postą paliko 1992 m. Jį pakeitė Carlos Carvalhas. Tačiau Curnhalio nuomonė ir toliau turėjo lemiamą reikšmę dar ilgus metus. Jis buvo ortodoksiškai nusiteikusių kairiųjų guru.
Tik neseniai atskleista, kad prisidengęs Manuel Tiago arba Maria Manuela Serpa slapyvardžiu, jis yra parašęs nerealistinių romanų ir nutapęs iliustracijų knygoms.
Alvaro Cunhalis mirė Lisabonoje 2005 m. Jo laidotuvėse dalyvavo apie 250 tūkst. žmonių.

Šaltiniai: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvaro_Cunhal, en.wikipedia.org/wiki/Álvaro_Cunhal


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